Artigo: Mitos do envelhecimento

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Por: Arthur Micheloni*

Esse ano, o Instituto Nacional de Saúde (NIH em inglês), referência norte-americana em bem-estar e boas práticas, listou alguns mitos muito comuns que apresentam uma visão errônea e limitada da velhice.

-Solidão e depressão são normais na velhice

À medida que ficamos velhos, nosso círculo de amizades tende a diminuir, isso é comum. A perda de pessoas queridas pode provocar tristeza, ansiedade e depressão. Porém, esses sentimentos podem ser diferentes quando alimentamos uma rede de afetos e nos dedicamos a atividades que nos dão prazer e um propósito. Inclusive, vários estudos mostram que idosos tendem a sofrer menos de depressão do que jovens adultos.

-Na velhice não aprendemos coisas novas

Com a idade, o processamento de informações pode sofrer um pouco de mudanças, porém, a experiência acumulada ao longo da vida é uma grande aliada. A chamada reserva cognitiva faz com que pessoas maduras sejam capazes de resolver problemas mais facilmente.

-A demência é inevitável

Conforme envelhecemos, o risco de patologias que agravam a demência realmente aumenta, mas, isso não é uma sentença inevitável que acompanha todos os idosos. Leves falhas de memória podem ser comuns, mas qualquer mudança significativa de comportamento e humor vale uma visita ao médico. Um estilo de vida saudável, que inclua alimentação equilibrada, atividade física, sono de qualidade e uma rede de relações sociais, é o melhor “antídoto” contra o declínio cognitivo.

-Idosos devem evitar exercícios para não sofrer lesões

O maior dos erros. Como já dito aqui antes, os estudos mostram que temos apenas a ganhar com a prática de atividade física, até mesmo quem é portador de uma doença crônica. E para quem tem alguma limitação, os exercícios podem ser adaptados. Canso de falar, o sedentarismo é o grande vilão da longevidade, porque agrava condições inflamatórias do organismo. Vamos perdendo massa muscular e precisamos nos movimentar. Andar já é um ótimo remédio, mas o treino ideal inclui força, resistência e equilíbrio.

-Idosos não podem dirigir

Em um estudo recente, foi concluído que nos Estados Unidos, um em cada cinco motoristas tem mais de 65 anos e a questão não é sobre a idade e sim sobre as condições físicas e mentais de quem dirige (o que vale para todos, não apenas para os idosos).

-Se uma pessoa da família tem Alzheimer, eu terei também

As chances de desenvolver Doença de Alzheimer são maiores quando se tem um histórico familiar da enfermidade, mas isso não significa, necessariamente, que o mesmo acontecerá com você. Fatores ambientais, como a exposição a poluentes, e o estilo de vida também desempenham papel importante. Exercitar-se, deixar de fumar e controlar a pressão são providências indispensáveis para zelar pela saúde mental.

Sendo assim, concluímos que a ‘’velhice não é uma doença’’ como muitos pensam e sim o reflexo da sua juventude. Busque a prática de exercícios e a boa alimentação e você terá uma longevidade saudável e um envelhecimento cheio de felicidades.

* Arthur Micheloni é Fisioterapeuta, pós-graduado em Osteopatia, Ortopedia e Traumatologia, pós-graduando em Fitoterapia, discente e adepto da Medicina Integrativa e graduando em Nutrição – e-mail: [email protected].

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

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